15 lições da pandemia para fomentar pequenas e médias empresas 1886s
A relevância das pequenas e médias empresas para a sociedade tornou-se mais flagrante desde o começo da pandemia da Covid-19, a partir de março do ano ado. Isto porque foi acentuado o contraste entre a capacidade das PMEs de gerar empregos e valor para a economia, e a dificuldade de sobreviver em um contexto de medidas de isolamento restritivas e digitalização acelerada do mercado. 6h1d6p
Neste cenário, diferentes políticas públicas surgiram ao redor do mundo para dar e aos empreendedores e, assim, promover o crescimento das economias locais. Algumas medidas tiveram resultados positivos, enquanto outras não conseguiram atingir o impacto esperado.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) analisou políticas públicas para PMEs em 32 países, incluindo o Brasil, ao longo de doze meses desde o início da pandemia. Em abril, a OECD divulgou um relatório com 15 lições do período para garantir, por meio de medidas governamentais, o crescimento sustentável do empreendedorismo daqui para frente.
As lições elencadas pela organização tratam, de forma geral, de três desafios para o setor. O primeiro é apoiar medidas para evitar uma crise de liquidez entre as PMEs, minimizando efeitos colaterais negativos. O segundo é garantir que o fim gradual do apoio emergencial não crie uma crise de solvência das PME. E o terceiro é introduzir políticas eficazes que promovam a recuperação das PME no momento de retomada econômica.
Veja, a seguir, um resumo das quinze lições desenvolvidas pela OECD.
- Garantir a simplicidade e velocidade na entrega de medidas de apoio às PMEs, especialmente no meio digital. Diversos países foram ágeis no desenvolvimento de programas de e ao empreendedorismo no início da pandemia, diminuindo a burocracia para á-los por meio de aplicativos e sites de órgãos públicos. Tais medidas se refletiram em um melhor desempenho do setor nos meses em que o isolamento social foi mais intenso. Continuar com a mesma velocidade e simplicidade para ar programas de e é fundamental, desde que associado a transparência e responsabilidade fiscal.
- Medidas de e devem focar nas empresas que mais precisam. O universo das PMEs é muito amplo, tanto em relação ao tamanho dos negócios quanto ao setor de atuação. E o impacto da pandemia em cada segmento deste universo também é distinto. Em alguns países, os programas de apoio acabaram sendo destinados, em grande parte, para empresas que não precisavam de tanto e, ou ainda para negócios não-lucrativos e com baixa possibilidade de gerar empregos. Como o capital disponível para programas emergenciais é finito, políticas públicas devem ser mais assertivas do que generalizadas.
- Garantir o o de startups a programas de apoio para pequenas empresas. Nem todo país tem uma definição clara do que é uma startup e o que diferencia das demais empresas. Por isso, muitas startups não conseguiram se enquadrar nos programas de apoio, já que diversas não são lucrativas ou existem há pouco tempo. No entanto, o caráter inovador deste ecossistema é essencial na saúde da economia a longo-prazo, e, portanto, também devem estar no foco das políticas públicas.
- Priorizar grupos de empreendedores vulneráveis nas políticas públicas. A pandemia COVID-19 atingiu as minorias e as mulheres empreendedoras de forma desproporcional. As razões incluem que essas empresas tendem a se concentrar nas indústrias mais afetadas pela pandemia, têm reservas financeiras relativamente pequenas e o limitado a diferentes fontes de financiamento.
- Repensar a relação entre o governo e os autônomos. Profissionais autônomos, segundo dados da OECD, costumam estar às margens das políticas públicas, estão espalhados por diversos setores da economia e, normalmente, compõem a base da pirâmide econômica. Ou seja, ao mesmo tempo que se destacam como um dos grupos mais necessitados de e na pandemia, são também o maior desafio de aproximação para o governo.
- Evitar o superendividamento das PMEs. Desde o início da pandemia, os governos distribuíram apoio em grande escala principalmente na forma de financiamento de dívida para aliviar as restrições de liquidez das PMEs. Embora esse e tenha sido necessário para enfrentar a crise de liquidez das PMEs, um grande número de empresas provavelmente terá dificuldade para pagar suas dívidas, especialmente aquelas que continuam a contrair dívidas para sobreviver. A principal lição de política pública é explorar medidas para lidar com a escassez de liquidez e, ao mesmo tempo, não aumentar a alavancagem dos beneficiários.
- Desenvolver estratégias responsáveis para a saída da crise. Eventualmente, os programas de apoio emergencial às empresas serão finalizados. No entanto, isto precisa ser feito de forma responsável para evitar a falência de negócios viáveis. Governos precisarão criar trilhas que diminuam, de forma gradativa, os programas de apoio, ao mesmo tempo que garantam a sustentabilidade dos negócios.
- Retomar o processo de Destruição Criativa na economia. Destruição Criativa é um conceito econômico que trata a falência de certas empresas como algo positivo para a evolução do capitalismo. Nesse sentido, medidas protetivas aos negócios e ao emprego, estabelecidas durante a pandemia, devem, gradativamente, ser revistas. Isto porque certas empresas ineficientes precisam “morrer” para que outras, mais produtivas, tomem o lugar.
- Garantir que programas de retomada econômica sejam modelados de acordo com as particularidades das PMEs. Diversos países já anunciaram pacotes de incentivo para a retomada da economia no pós-pandemia. No entanto, muitos têm foco em questões como sustentabilidade, eficiência energética e inovação – áreas que englobam todo o ecossistema empresarial, mas principalmente as grandes corporações. Tais pacotes são importantes, mas devem ter complementos que foquem nos problemas específicos dos pequenos empreendedores.
- Digitalização deverá estar ainda mais presente nas políticas públicas. A lacuna entre as grandes corporações e as pequenas empresas aumentou durante a pandemia muito por conta da diferença de maturidade digital entre os dois segmentos. Apesar de muitas PMEs já terem começado o processo de digitalização, ainda é fundamental ter esta temática embarcada nos pacotes de e ao empreendedorismo daqui para frente.
- Resiliência deve ser o objetivo das políticas públicas. o a financiamento, digitalização e capacitação são pontos fundamentais dos programas de e ao empreendedorismo. Mas o fim a ser atingido com tais medidas é a resiliência. Este conceito ganhou relevância durante a pandemia e vai continuar em alta, já que continuaremos a lidar com a imprevisibilidade e a volatilidade do mercado por alguns anos.
- Avaliar o sucesso das medidas de apoio ao empreendedorismo. A pandemia pode ser considerada um “teste de estresse” para as políticas públicas voltadas a PMEs. Ou seja, os resultados obtidos neste período de alta complexidade servem para desenvolver medidas de e mais assertivas e eficientes para o período de retomada econômica.
- Estruturar governança nos órgãos públicos. A agilidade com que medidas de e às PMEs foram estabelecidas em alguns países comprova a efetividade da coordenação entre diferentes níveis de governo e órgãos públicos. Neste sentido, a lição é que isso se torne regra, com modelos de governança bem estruturados .
- Aproximar PMEs da tomada de decisão. A inclusão de PMEs e empreendedores nas consultas sobre políticas de e e recuperação econômica é importante para levar em consideração suas perspectivas e particularidades.
- Monitorar novos desafios e oportunidades. Mesmo mais de um ano depois da pandemia, ainda existem aspectos que podem ser considerados novidades no contexto das pequenas e médias empresas. O contínuo acompanhamento das mudanças econômicas e sociais é essencial para desenvolver programas de e efetivos e fomentar o empreendedorismo.
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